Quando Biriba virulou mascote do Botafogo?

O Botafogo de Futebol e Regatas, um dos clubes mais tradicionais do Brasil, possui um mascote peculiar e único: o Manequinho.

Esta estátua de um menino urinando, que pode parecer estranha à primeira vista, tem uma história rica e emocionante que está profundamente enraizada na cultura do clube e na cidade do Rio de Janeiro.

Neste artigo, vamos explorar o porquê do Manequinho ser o mascote do Botafogo, desde sua criação até sua jornada tumultuada até a atualidade.

O Nascimento do Manequinho

A história do Manequinho começou a se desenrolar em 1908, quando o escultor Belmiro de Almeida criou a estátua originalmente em gesso.

Sua inspiração veio do famoso “Manneken Pis”, uma estátua de Bruxelas, na Bélgica, representando um menino fazendo xixi. O Manequinho carioca não é uma réplica do belga, mas sim uma criação original baseada na mesma ideia.

O Manequinho, mascote do Botafogo

A Transferência para a Praia de Botafogo

A estátua, com cerca de um metro de altura, foi fundida em Paris em 1911 e exibida em uma exposição no Cinema Pathé, com a presença do então presidente Hermes da Fonseca.

Porém, sua chegada à cidade do Rio de Janeiro não passou despercebida. Quando instalada na Praça Floriano, popularmente conhecida como Cinelândia, a estátua causou um alvoroço entre moralistas da época, que consideraram a figura do menino nu urinando como um desrespeito aos bons costumes.

Como resultado, o prefeito Paulo de Frontin ordenou a remoção do Manequinho da Praça Floriano.

Isso gerou protestos da Sociedade Brasileira de Belas Artes e da imprensa, mas a estátua foi transferida para a Praia de Botafogo em 1927, onde permanece até hoje. Essa mudança marcou o início de sua jornada como símbolo do Botafogo.

O Manequinho e o clube

A conexão entre o Manequinho e o Botafogo realmente se solidificou em 1957, durante a celebração de um título carioca da equipe.

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Foi nesse momento que um torcedor teve a ideia de vestir a estátua com a camisa do Botafogo como parte das comemorações. Essa ação inovadora estabeleceu uma ligação histórica entre o clube e o Manequinho, que perdura até os dias de hoje.

A partir desse momento, tornou-se um hábito tradicional vestir a estátua com a camisa do Botafogo sempre que o clube conquistava títulos importantes. Esse gesto simbólico passou a representar a devoção dos torcedores pelo clube e a crença de que o Manequinho trazia sorte ao Botafogo.

O Furto e a Restauração

Infelizmente, em 1990, o Manequinho original foi furtado e destruído, deixando os torcedores do Botafogo desolados.

No entanto, graças a um molde de gesso de Belmiro de Almeida, uma cópia pôde ser recriada. Em 1993, a nova estátua, fundida pela fundição de Amadeu Zani, foi instalada em frente à sede do clube, na Rua General Severiano.

A Adoção Pelo Clube

Em 2008, o Manequinho enfrentou outro desafio quando um ato de vandalismo resultou no furto do órgão sexual da estátua.

Como resposta, o clube assumiu a responsabilidade pela manutenção do monumento, garantindo sua preservação e proteção. Esse gesto solidificou ainda mais a ligação entre o Manequinho e o clube.

O Manequinho Hoje em Dia

Atualmente, o Manequinho permanece em seu lugar de destaque na Rua General Severiano, em frente à sede do Botafogo.

Ele é reverenciado pelos torcedores do clube como um símbolo de sorte e devoção. A estátua continua a ser vestida com a camisa do Botafogo em momentos de celebração, mantendo viva a tradição que começou em 1957.

O Manequinho é mais do que uma estátua; ele é um símbolo vivo da paixão, da história e da tradição do Botafogo de Futebol e Regatas.

Sua jornada tumultuada desde sua criação até sua atual posição de destaque na sede do clube é uma história que encanta e emociona os torcedores.

A ligação entre o Manequinho e o Botafogo é uma prova da devoção inabalável dos torcedores pelo seu clube do coração. E assim, o Manequinho continua a fazer parte da alma e da história do Botafogo, trazendo esperança e alegria aos alvinegros em cada vitória do time.